30/10/2025

Os alunos do curso de Auxiliar de Cozinha do Senac Curitiba Centro trocaram as panelas pelos números em uma aula diferente nesta quarta-feira (29). O tema foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador que mede a inflação e os gastos das famílias brasileiras. A aula foi ministrada pelo assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, especialmente convidado para apresentar como o comportamento dos preços impacta o setor de alimentação.
Durante o encontro, que contou com a presença de alunos e instrutores dos cursos de gastronomia, Dezordi explicou a composição do IPCA e os grupos de maior peso no orçamento das famílias. "O brasileiro gasta mais com comida e depois com transporte. O IPCA mostra os gastos operacionais do consumidor com bens e serviços. Hoje, o grupo de Alimentos e Bebidas representa 21,65% do orçamento familiar, seguido por Transporte, com 20,39%, e Habitação, com 15,16%", destacou.
O economista também abordou o cenário atual de desaceleração dos preços dos alimentos. "Estamos observando uma redução no ritmo de aumento dos alimentos no Brasil, principalmente em razão da boa safra, das condições climáticas favoráveis e da queda do dólar", afirmou.
Segundo o mais recente Boletim da Inflação, elaborado mensalmente pela Fecomércio PR, o IPCA registrou alta de 0,37% em setembro na Região Metropolitana de Curitiba, abaixo da média nacional de 0,48%. No acumulado de 12 meses, a inflação regional atingiu 5,04%, ligeiramente inferior aos 5,17% do índice geral do país, mas ambos ainda acima da meta inflacionária de 4,5%.
Entre os alimentos com maiores elevações no acumulado do ano estão o pepino (+40,35%), café moído (+38,12%), melão (+36,99%), manga (+36,62%) e cenoura (+22,63%). Já o feijão-preto (-35,21%), a laranja-pera (-28,47%), o arroz (-25,36%), a batata-inglesa (-23,55%) e a cebola (-22,98%) apresentaram forte recuo nos preços.
Dezordi destacou a importância de profissionais da gastronomia acompanharem a movimentação da inflação para aprimorar sua gestão e formação de preços. "Para quem vai atuar profissionalmente no setor de gastronomia, é essencial considerar os índices do IPCA. Isso permite precificar de forma mais adequada os pratos, além de pensar em cardápios que levem em conta a sazonalidade dos alimentos ou a substituição de insumos com alta inflacionária", orientou.
O economista também ressaltou a relevância do setor gastronômico para a economia paranaense. "Vejo um mercado muito pujante no Paraná e parabenizo os alunos que decidiram se especializar nessa área. O setor de gastronomia está diretamente ligado aos impactos do aquecimento global e às mudanças nos padrões de consumo, o que torna o conhecimento econômico ainda mais importante para quem deseja crescer nesse campo", concluiu.
Autor: Karla Santin
Fonte: Assessoria de Comunicação e Marketing - ACM