16/12/2025

Slogan idealizado por jovens do Programa de Aprendizagem da Faculdade Senac Curitiba Centro
Mesmo assim, o uso continua a se espalhar, impulsionado pela percepção equivocada de que são inofensivos e pelo fácil acesso, apesar da proibição. Em muitos casos, o consumo ocorre longe dos olhos da família, entre amigos, em festas ou nos arredores da escola.
Propósito
Cada unidade teve liberdade para desenvolver suas próprias iniciativas, que seriam apresentadas em uma mostra de conscientização durante a semana do dia 29 de agosto, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Na Faculdade Senac Maringá, o projeto, coordenado pela psicóloga educacional Sabrina Camargo Silva Leva, ganhou força e superou as expectativas. Instrutores e turmas do Programa de Aprendizagem abraçaram a ideia com entusiasmo e criatividade, realizando ações que se estenderam além do período proposto, e que ainda continuam reverberando entre os jovens.
Informação e acolhimento


Apresentação do vídeo desenvolvido pelos estudantes | Jogo desenvolvido pelos estudantes
A primeira etapa reuniu informação, acolhimento e recursos interativos. Em encontros conduzidos por Sabrina, os aprendizes assistiram a vídeos sobre os impactos do cigarro eletrônico, participaram de rodas de conversa e responderam, em tempo real, a um quiz na plataforma Kahoot. "A abordagem acolhedora foi um dos diferenciais: os estudantes se sentiram à vontade para compartilhar experiências pessoais e familiares, sem receio de julgamento, o que fortaleceu o engajamento nas etapas seguintes", relata a psicóloga.
O tema ganhou também dimensões práticas. Os jovens realizaram uma visita ao Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), enquanto instrutores participaram de um simpósio sobre cigarro eletrônico promovido pela UEM. Em outubro, representantes do Mudi e da ACT Promoção da Saúde estiveram na unidade para conhecer de perto as produções dos aprendizes.


Visita técnica ao MUDI | Representantes do MUDI e da ACT
Pressões, pertencimento e escolhas
A partir dessas vivências, vídeos, jogos, um site informativo e simulações de situações entre amigos passaram a ocupar corredores e salas de aula. "O principal resultado foi a conscientização sobre os riscos reais do cigarro eletrônico", avalia Sabrina. "O envolvimento foi tão expressivo que as ações ultrapassaram o período previsto, e os aprendizes continuam retomando o tema e criando novos conteúdos espontaneamente", comenta.
Matheus Henrique dos Santos da Silva, 17 anos, se surpreendeu ao perceber quantos colegas usam cigarro eletrônico para não perder amizades ou para se sentirem incluídos. "Muitos falaram que não recusariam por medo de perder o grupo", comenta.
A mudança de percepção foi evidente entre os participantes. "Mesmo sem usar, eu pensava que o cigarro eletrônico era mais leve. Depois do projeto, percebi que ele pode fazer até mais mal, porque o consumo é maior", pondera Brendha Patrício Procopio da Silva, de 19 anos. "Foi uma experiência enriquecedora", avalia.
Para Cassio França Palma, 16 anos, a reação dos colegas revelou a força do projeto. "Achávamos que ninguém ia encarar com seriedade, que iam levar na brincadeira. Mas foi o contrário: todos se envolveram muito mais do que imaginávamos. Parecia algo distante, fora do nosso alcance, e a gente conseguiu", relata. "Teve gente que veio conversar com a gente depois, dizendo que queria parar, mas não conseguia por causa da pressão do grupo e da vontade de se sentir incluído", acrescenta.
Outro ponto sensível emergiu das conversas: muitos jovens usam o cigarro eletrônico como mecanismo de escape. "Eles contavam que usavam o pod como um refúgio, para fugir dos problemas", observa Maria Sofia Nunes dos Santos, 16 anos. "Só que, quando vem a pressão dos amigos, fica ainda mais difícil dizer não", lamenta.
Uma rede de apoio necessária
Para os jovens, discutir o tema no Senac foi fundamental, não apenas para entender os riscos do cigarro eletrônico, mas também para criar um ambiente de diálogo e apoio entre os que desejam romper com o vício.
Todo esse diálogo foi potencializado pela atuação da psicóloga educacional, presente na unidade desde 2024, essencial para dar contorno às vulnerabilidades reveladas. "Nosso papel é garantir um espaço seguro, em que falar de vício, pressão do grupo ou problemas em casa não seja motivo de vergonha", afirma Sabrina.
A experiência no Senac Maringá já inspira um novo passo: transformar o Pod(e) Não em um projeto anual, integrado ao Programa de Aprendizagem e ampliado para outros temas ligados à saúde mental e comportamentos de risco.
Recado para quem vapeia

A psicóloga educacional Sabrina Camargo Silva Leva e os aprendizes Brendha, Cassio, Arthur, Matheus e Maria Sofia
"Pensa antes, não escolha o que seu amigo escolheu só para tê-lo por perto. Algumas amizades, melhor cortar do que se machucar."
Cassio
"Os vícios não são um refúgio. Sempre existe um jeito melhor de enfrentar os problemas e ocupar a mente."
Maria Sofia
"Não desperdice a sua vida em algo que você sabe que vai fazer mal."
Matheus
"Minha mensagem é que possamos refletir sobre o lugar em que nos colocamos e sobre o consumo que realizamos, muitas vezes influenciado pelas escolhas alheias."
Brendha
"Procure um esporte, uma atividade, pessoas que te influenciem para o bem. A gente acha que não vai encontrar outros amigos, mas encontra."
Arthur
Autor: Karla Santin
Fonte: Núcleo de Comunicação e Marketing - NCM