16/03/2023
No mês dedicado às mulheres, a Faculdade Senac Curitiba Portão promoveu nesta quarta-feira (15/03) um debate sobre O Mundo da Tecnologia e a Igualdade de Gênero, com a participação da professora universitária e dra. Marília Abrahão Amaral, e da doutoranda Carolina Moreira Oliveira, cofundadora da Brazilians in Tech, plataforma de conexão entre brasileiras em tecnologia. O debate foi conduzido pelo coordenador do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Leander Cordeiro de Oliveira, e foi assistido por alunos da Faculdade Senac Curitiba Portão.
De acordo com dados do Censo da Educação Superior, disponibilizados no portal Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as mulheres correspondem a apenas 13,8% dos alunos dos cursos superiores da área de Tecnologia da Informação (TI).
Para Marília Abrahão Amaral, graduada em Ciência da Computação e tutora do Grupo PET Computando Culturas em Equidade, as causas para esse baixo índice passam por questões culturais, em que muitas meninas acabam sendo conduzidas a profissões tipicamente femininas, mais relacionadas ao cuidado, enquanto cursos que envolvem raciocínio lógico são associados ao masculino. "Os estereótipos de gênero influenciam a baixa participação das mulheres na Computação desde o início da vida escolar", pontuou.
Outro aspecto levantando pela palestrante é o apagamento de feitos das mulheres. Por exemplo, você sabia que o primeiro algoritmo para ser processado em uma máquina foi escrito por uma mulher, Ada Lovelace?
Segundo ela, como reflexo disso, a construção da tecnologia, ao ser produzida em um meio predominantemente masculino, é influenciada pelas relações de gênero. "E, de certa maneira, essas relações ou esses ambientes vão influenciar na construção ou na reiteração desses padrões no processo de desenvolvimento de tecnologias. Dessa forma, a tecnologia, a computação, não é neutra. Ela é carregada dos valores das pessoas que são as desenvolvedoras prioritárias dessas tecnologias", reiterou.
Marília salientou a importância de debates sobre as questões de gênero, como o evento organizado pela Faculdade Senac. "Um evento como esse, mostra que este curso tem uma visão de construção técnica e tecnológica que quer quebrar com essa visão majoritária. E isso faz toda a diferença para quebrarmos esse processo, muitas vezes, excludente, do desenvolvimento de tecnologias", afirmou.
Carolina Moreira Oliveira falou sobre a Brazilians in Tech (https://braziliansintech.com), espaço para conectar, encorajar e empoderar brasileiras que estudam ou atuam nas áreas de Ciência, Tecnologia, Computação e Engenharia. "Já conseguimos compartilhar as histórias inspiradoras de mais de 348 mulheres, para mostrar que todas fazemos parte do mundo da tecnologia", informou. A cofundadora da plataforma também partilha a ideia de que a diversidade humana gera soluções tecnológicas mais eficientes.
"Precisamos de equipes diversas para criarmos soluções mais eficientes, para treinar os dados de algoritmo, por exemplo, e evitar situações como as que acontecem hoje, em que uma determina solução tecnológica não responde da mesma maneira para homens e mulheres ou para diferentes tons de pele", descreveu.
Autor: Karla Santin
Fonte: Núcleo de Comunicação e Marketing - NCM